quarta-feira, 8 de abril de 2009

ARACY CORTES - 105 anos






Ela nasceu Zilda de Carvalho Espíndola, mas foi com o nome artístico de Aracy Cortes, sua voz de soprano e seu tipo faceiro, que ela deixou sua marca na história da música e do teatro brasileiros. Talentosa, ousada, desbocada, ela rompeu regras e tornou-se a primeira grande cantora popular. "A mal-criada mais amada", segundo Hermínio Bello de Carvalho.




Tendo iniciado na carreira artística muito jovem, logo foi levada para os pa
lcos do Teatro de Revistas, onde trabalhou ao lado dos principais nomes do gênero: Pascoal Segretto, Luiz Peixoto, Freire Junior, Luís Iglesias, Walter Pinto, Max Nunes, só para citar alguns. Teve sua própria companhia e foi eleita Rainha do Rádio (1935) e Rainha das Atrizes (1939).



Além de trabalhar ao lado de ícones dos palcos, como Oscarito, Grande Otelo e Eva Todor, Aracy ajudou a lançar importantes compositores. Coube a ela, por exemplo, a primeira interpretação pública de "Aquarela do Brasil" e "Ai, Yoyô" (Linda Flor).



Quando o Estado Novo endureceu a censura, o Teatro de Revista foi obrigado a mudar seu perfil e acabou afastando muitos de seus realizadores e de suas estrelas. Afastada dos palcos, Aracy reaparece em 1952, como uma pequena participação numa produção de Miguel Kair no Teatro João Caetano. Para evitar problemas com a estrela do espetáculo (Virgínia Lane), Aracy se apresenta à frente da cortina fechada. A sua aparição, no entanto, é ovacionada pelo público e se transforma no ponto alto do espetáculo.



Em pouco tempo, ela voltaria como a grande estrela da Praça Tiradentes, merecendo, inclusive, uma placa afixada no hall do teatro, enaltecendo o seu retorno. Nos anos 70, durante a grande obra de restauração do Teatro João Caetano, essa placa seria retirada e recolhida ao Museu dos Teatros.

A placa retirada nos anos 70:
após 30 anos retorna ao hall do João Caetano


Aracy ainda reencontraria o sucesso com o show "Rosa de Ouro", produzido por Hermínio Bello de Carvalho e tendo ao seu lado Paulinho da Viola, Clementina de Jesus, Elton Medeiros e Nelson Sargento.



No fim da vida, longe dos palcos e com problemas financeiros e de saúde, foi acolhida pelo amigo J. Maia (poeta e contra-regra) e ganhou, ainda, os cuidados de Marília Barbosa, que a artista declarou como sua sucessora. Ao falecer, em 1985, foi velada no Teatro João Caetano, palco de muitos de seus sucessos.



No último dia 31 de março, Aracy teria feito 105 anos. Para relembrar a data, a Secretaria de Cultura realizou uma homenagem à cantora que abriu caminho para Carmem Miranda, retornando a placa comemorativa de 1952 ao seu lugar de origem.


A homenagem contou com apresentação
de Carol Bezerra e André Protásio.


Na ocasião, estiveram presentes amigos, estudiosos da música e antigos parceiros, como Hermínio Bello de Carvalho, Nelson Sargento, João Roberto Kelly, J. Maia e Ricardo Cravo Albim. Além da recolocação da placa, houve uma deliciosa apresentação da cantora e atriz paulista Carol Bezerra, que (ao lado do músico André Protásio) apresentou antigos sucessos e textos inspirados na vida de Aracy Cortes. Ao final, foram expostas fotos do acervo pessoal de J.Maia. Uma homenagem mais do que justa à grande "Rainha da Praça Tiradentes".
















Foto acima: Ricardo Cravo Albim, Nelson Sargento, João Roberto Kelly
e J. Maia, logo após descerrarem a placa em homenagem a Aracy Cortes,
recolocada no hall d
o Teatro João Caetano após 30 anos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

CRUEL - Cia. de Dança Deboah Colker


Uma das marcas de Deborah Colker é a permanente inquietação, transformando em movimento temas que vão dos mais banais e cotidianos aos mais inusitados, aliando todo seu histórico de vida e as diversas experiências que foi acumulando na sua carreira: dos bancos do curso de Psicologia aos campos de vôlei, passando pelas aulas de piano.

Futebol, fetiches, erotismo, esportes, amores, a vida doméstica... A coreógrafa é capaz de perceber e ampliar o cotidiano comum dos homens e arrancar dele a matéria-prima de sua arte, recriando-o em dimensão e dança.
Oriunda do "Coringa" - grupo de dança que marcou época nos anos 80 no cenário carioca, dirigido por Graciela Figueroa - Deborah Colker parece não perceber os limites do corpo nem do alcance de sua atuação. Inovou também no teatro, onde deu assessoria a diversos espetáculos ao lado de atores e diretores consagrados, numa função que hoje é recorrente nas produções: a direção de movimentos. Já coreografou comissão de frente de escola de samba (Mangueira), clipes e shows de estrelas da música (Fernanda Abreu foi sua pupila fiel) e hoje ensaia o próximo espetáculo da trupe canadense do Cirque du Soleil - uma das maiores franquias mundiais de entretenimento, sendo a primeiro mulher dirigir um espetáculo do grupo.

Suas coreografias deram um novo fôlego ao panorama da dança contemporânea e sua excelência em termos de mídi
a e produção atraíram a atenção de um novo público, muito embora ela não escape das críticas dos mais conservadores que lhe torcem o nariz, considerando o seu trabalho mais próximo do de uma técnica de futebol (ou de vôlei) do que propriamente de uma coreógrafa! O fato é que o público, distante dos debates academicistas, acompanha sempre as temporadas da Companhia Deborah Colker com a obsessão de fiéis, fazendo de suas apresentações, um sucesso de bilheteria.

O Teatro João C
aetano - palco habitual de suas produções - volta a abrigar um título da Companhia: "Cruel" volta ao Rio de Janeiro, depois de uma turnê por 15 cidades e uma curta temporada no Theatro Municipal. Dessa vez, o público poderá conferir o nono trabalho do grupo em uma temporada a preços populares, que promete lotar os 1.127 lugares da casa.

Segundo a coreógrafa, "Cruel" contrapõe os desejos às limitações do ser humano. A inevitabilidade do desejo frente à sua impossibilidade de concretização, é traduzida por ela como uma crueldade da condição humana! E a partir disso, o espetáculo (composto por dois atos) desfila sobre as pequenas crueldades do cot
idiano.

O cenário de Gringo Cardia e a luz de Jorginho de Carvalho - uma espécie de sócios e tradutores visuais inseparáveis de Deborah, desde os primeiros voos - aliados aos figurinos de Samuel Cirnansk e à trilha sonora de Berna Ceppas, completam o tom ora denso, ora leve do espetáculo, que passeia entre o lúdico e o trágico, dividido entre um baile (no primeiro ato) e um jogo de espelhos móveis, onde as formas são recriadas e a realidade redesenhada aos olhos do es
pectador.

"Cruel"
Teatro João Caetano - Praça Tiradentes, s/n. Tel: 2332-9257 Quinta a sábado - 21h / Domingo - 18h R$ 20 (Plateia e Balcão Nobre) e R$ 10 (Balcão Simples) Estudantes e idosos, com comprovante, pagam meia entrada ESTREIA: 13 de março (sexta) - 21h Ingressos na Internet: www.ingresso.com

sábado, 10 de janeiro de 2009

2009 chegou ao som de TOM E VINÍCIUS

2009 chegou e encontrou o Teatro João Caetano com um visual reformulado. Após alguns meses de obras (parte delas aconteceram sem a interrupção da programação do espaço), ainda em dezembro a casa recebeu o Ballet do Theatro Municipal, com um belo espetáculo, com gostinho de final de ano: "UM CONTO DE NATAL", dirigido pela respeitada Dalal Achcar e que contou com bailarinos do Corpo de Ballet e, também, alunos e alunas da Escola de Dança Maria Olenewa. Com as obras no Theatro Municipal, uma preparação para o seu centenário, as produções daquela casa foram sendo realocadas em diferentes espaços e ao Teatro João Caetano coube receber "UM CONTO DE NATAL", que trouxe - além do público que sempre prestigia o balé e a dança - a presença de crianças de comunidades carentes, atendidas por ações sociais da Secretaria de Segurança Pública.

Mas é a partir de 10 de janeiro que o Teatro João Caetano recebe a sua primeira grande produção comercial, após o fim dessa primeira etapa das obras. Trata-se de "TOM E VINÍCIUS - O MUSICAL", que narra o encontro de dois mestres e a amizade que se est
abeleceu entre eles, gerando momentos memoráveis para a Música Brasileira!

Tom Jobim e Vinícius de Morais foram apresentados durante a gestação do espetáculo "ORFEU DA CONCEIÇÃO" e só se separaram no fim da vida. Mas é justamente a fase inicial dessa
parceria que o público verá no palco até o "boom" da Bossa Nova nos Estados Unidos, representada por uma apresentação no Carnegie Hall, em Nova Iorque.

Marcelo Serrado - idealizador do projeto e intérprete do maestro Jobim - vem batalhando por esse sonho há alguns anos e venceu diversas dificuldades para a concretização do espetáculo, que estreou em São Paulo e agora chega ao Rio.

Além dele, Thelmo Fernandes (à direita, na foto de divulgação de Vânia Toledo) promete emocionar e surpreender na pele do "poetinha" Vinícius e Guilhermina Guinle interpreta duas das mulheres de Vinícius: Lila Bôscoli e Lúcia Proença. Ao todo, são 14 atores, que também dão vida a outros ícones, como Dolores Duran, Frank Sinatra e Elizeth Carodoso, por exemplo. A direção é de Daniel Herz e a dramaturgia é assinada por Daniela Pereira de Carvalho (autora de sucessos, como "Renato Russo" e "Um Certo Van Gogh") e pelo poeta Eucanaã Ferraz - profundo conhecedor da obra de Vinícius de Morais. Um belo presente para o público carioca, que terá a oportunidade de vir se deliciar e, ainda, conferir de perto as melhorias no Teatro João Caetano.


Serviço:
TOM E VINÍCIUS - O MUSICAL
Com Marcelo Serrado, Thelmo Fernandes e grande elenco.

Teatro João Caetano - Sexta a Domingo 20h
Bilheteria: 2332-9257 (3a. a domingo, entre 14h e 18h para compras antecipadas)
ou pela Internet: www.ingresso.com
Classificação etária : 10 anos

sábado, 8 de novembro de 2008

KODO


Os espetáculos do KODO são construídos a partir de três elementos principais. O primeiro são as peças baseadas nas artes populares tradicionais, aprendidas com a gente de todo o Japão. A intenção não é simplesmente reproduzir o material colhido, mas adaptando-o para o palco, captar seu espírito e sua energia universais, tal como fluem por nosso corpo. O segundo elemento é formado pelas composições de amigos e mentores do grupo, como os compositores Maki Ishii e Shinichiro Ikebe, os músicos da rquestra kabuqui Roestu Tosha e Kiyohiko Senba, e o pianista de jazz Yousuke Yamashita. O terceiro elemento, por fim, consiste de composições originais dos próprios integrantes do KODO, que utilizam os ritmos e sons dos povos e lugares que tiveram a felicidade de conhecer como matéria-prima para suas criações. Os espetáculos do KODO articulam uma síntese desses três elementos com a vida dos integrantes do grupo entre as paisagens e os sons da Ilha de Sado, onde residem no Japão.

TEATRO JOÃO CAETANO
Dia 09/11/2008 (Domingo) - 19h
ÚNICA APRESENTAÇÃO

terça-feira, 21 de outubro de 2008

PANORAMA DE DANÇA


Os meses de outubro e novembro serão dedicados à Dança no Teatro João Caetano. Além da temporada do Moscow City Ballet - veja o post abaixo com mais informações -, a casa vai abrigar uma programação especial do Panorama de Dança 2008, um dos mais importantes eventos ligados ao tema no Brasil.

Serão quatro espetáculos, incluindo o conceituado "UMWELT" ("Ambiente", em alemão, na foto acima), da francesa Maguy Marin, que abre o evento no dia 30 de outubro. Além dos espetáculos no palco principal, alguns espaços internos do Teatro João Caetano servirão de cenário para um dos trabalhos do "Sentido Centro", uma programação alternativa que estará espalhada por diversos pontos da região central do Rio de Janeiro, especialmente da Praça Tiradentes. A programação do Panorama inclui, ainda, oficinas e encontros e vai ocorrer em diversos palcos espalhados pela cidade, não apenas no centro, como os SESC's Copacabana, São João de Meriti, São Gonçalo e Nova Iguaçu, além dos teatros Nelson Rodrigues, Villa Lobos, Armando Gonzaga, Mário Lago, Arthur Azevedo e IAB.

Eis os eventos que o Teatro João Caetano abrigará durante o Panorama de Dança - a programação pode sofrer mudanças sem aviso prévio. Junto a cada espetáculo, seguem links que mostram trechos das coreografias citadas:

PROGRAMAÇÃO DO PANORAMA 2008 NO TEATRO JOÃO CAETANO:

::::: 30 de outubro :: Quinta - 19:30h :::::

Maguy Marin (França) -"Unwelt"

http://www.youtube.com/watch?v=74Ut_6Mf1oo


::::: 04 de novembro :: Terça - 19:30h :::::

A.P.I. / Yuzu Ishiyama (Japão) - "Qwerty"

http://www.youtube.com/watch?v=S87lPBY6eoU


::::: 6 de novembro :: Quinta - 19:30h :::::

Thomas Hauert (Suíça) -"Accords"

http://www.youtube.com/watch?v=2V2CM4Oosdk


::::: 7 e 8 de novembro :: Sexta e Sábado - 17h :::::

Marcelo Evelin / Demolition Inc. (Teresina - PI) -

"Mono" - um espetáculo-instalação sobre ver e se deixar ser visto.

Veja entrevista com o coreógrafo:

http://www.youtube.com/watch?v=tGaBpRkx380


::::: 8 de novembro :: Sábado - 19:30h :::::

Mario Nascimento (Brasil, MG) - "Faladores"

http://www.youtube.com/watch?v=vHFZtJcEy9E


A programação completa, inclusive com os demais espaços, pode ser vista no site do Panorama de Dança:

http://www.panoramafestival.com


Classificação etária:

12 anos ("Unwelt") - Livre ("Qwerty", "Accords" e "Faladores") -18 anos ("Mono")


MOSCOW CITY BALLET


Mal nos despedimos de "Renato Russo" numa temporada de sucesso, e o Teatro João Caetano já abriga mais um evento de grande porte, com êxito garantido: a temporada carioca do Moscow City Ballet.

A companhia existe desde 1988, por iniciativa de Victor Smirnov-Golovanov, coreógrafo e cria, além de ex-primeiro bailarino, do Ballet Bolshoi (que hoje divide a direção do grupo com Ludmila Nerubashenko)
. Em pouco tempo o Moscow City Ballet tornou-se referência na dança daquele país, contabilizando turnês por todo o mundo e na própria Rússia. Agora, O Moscow City Ballet chega ao Brasil, trazendo na bagagem grandes clássicos, como "Cinderela", "O Lago dos Cisnes" e "O Quebra-Nozes".

Com cerca de 60 componentes, o seu corpo de baile já arrebatou diversos prêmios e muitos deles são jovens egressos das mais importantes escolas de dança da Rússia.

A temporada no Teatro João Caetano será curta e a procura pelos ingressos tem sido intensa, o que só comprova o prestígio do balé no cenário cultural da cidade. Há, inclusive, uma sessão extra já programada. Vejam no flyer acima o programa e agendem-se.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

TEATRO JOÃO CAETANO 195 ANOS


No último dia 12 de outubro, o Teatro João Caetano completou 195 anos, com uma trajetória repleta de fatos históricos marcantes, guiada por um espírito de permanente renovação, que nem mesmo os três grandes incêndios sofridos e nem os ventos ameaçadores da modernidade que varreram boa parte da cidade, conseguiram esmorecer. O Teatro João Caetano tem servido, ao mesmo tempo, de palco e cenário fundamentais para a cultura no Rio de Janeiro e no Brasil.

Por ocasião da chegada da Família Real, a cidade se transformava e chegou-se à conclusão de que se fazia necessário, para uma capital que se pretendia centro do império, uma casa de espetáculos à altura de uma corte européia. O próprio rei Dom João VI autorizou a sua construção e a utilização de enormes blocos de pedra para sua fundação. Antes destinados para as obras de uma catedral no atual Largo de São Francisco - catedral esta que jamais foi finalizada -, "as pedras do Altíssimo" provocaram a ira de parte da população, muito religiosa, que considerou uma heresia tal ação.

Em 1813, foram abertas as portas do Real Theatro de SãoJoão, com a presença do grande homenageado, o próprio Príncipe Regente. Com o passar dos anos, três incêndios o consumiram em diferentes épocas, sem contar em uma demolição e reconstrução, no final dos anos 20, que lhe trouxe características art-decó e uma grande reforma nos anos 70, quando vieram os vidros fumê e os mármores que se vêem até hoje.

Assim como as suas feições, os seus nomes também foram mudando: Imperial Theatro de São Pedro de Âlcantara - ou simplesmente - Theatro de São Pedro -, Theatro Constitucional Fluminense... até o atual Teatro João Caetano, homenagem a um dos mais importantes atores nacionais no final do Séc.XIX e arrendatário do espaço durante vários anos. Mas sua imponência permaneceu intacta, como um poderoso senhor plantado em plena Praça Tiradentes, mantendo a sua função de catalisador e de difusor da arte e da cultura nacionais.

E, uma vez mai, firma-se o seu invencível poder de renovação, com a finalização de uma obra que trará um novo brilho ao velho senhor do centro do Rio. Novas poltronas e um novo carpete é apenas a parte mais visível dessa intervenção, que inclui reforma do hall, pintura do foyer - que abriga dois preciosos painéis originais de Di Cavalcanti, que poderão abrilhantar ainda mais a casa, com uma nova e mais adequada iluminação... Junte-se a isso, banheiros reformados, ajustes nas varas cênicas e de iluminação, uma mesa moderna de luz, raspagem de palco - que estava desgastado e enegrecido pelo tempo e pelo uso -, pintura de camarins, revisão nas instalações hidráulicas e no telhado e muitas outras ações que visam a proteção desse patrimônio carioca.

Ainda falta muito a ser feito, mas, assim, ganha-se mais fôlego para garantir a continuidade do precioso serviço que ali se presta. A equipe de funcionários e a direção dessa casa, tem a honra de fazer parte de uma das mais importantes casas de espetáculos do país, com a certeza de estar contriuindo de forma efetiva para o engradecimento da arte e da cultura.

Teatro João Caetano - 195 Anos.
Orgulho do Rio, Patrimônio do Brasil!

domingo, 31 de agosto de 2008


Depois de dois anos de sucesso Brasil afora, o musical "Renato Russo" reestréia no Rio em temporada popular no Teatro João Caetano


O celebrado monólogo musical, interpretado por Bruce Gomlevsky e escrito por Daniela Pereira de Carvalho ganhou o Prêmio Shell 2007 de Melhor Direção, para Mauro Mendonça Filho, e já foi visto por mais de 100.000 espectadores em 26 cidades brasileiras

A trajetória pessoal e artística do cantor e compositor Renato Russo, que ganhou os palcos em 2006 com texto de Daniela Pereira de Carvalho, direção de Mauro Mendonça Filho e interpretação de Bruce Gomlevsky, volta à cena no Rio de Janeiro para uma temporada popular no Teatro João Caetano. Após passagens bem-sucedidas de crítica e público por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo , "Renato Russo" já acumula três indicações ao Prêmio Eletrobrás em 2006 (melhor ator, melhor texto e melhor iluminação) e três indicações ao Prêmio Shell em 2006 (melhor ator, melhor direção e música ao vivo), conquistando o de melhor direção na premiação de 2007.

Personalidade contundente, porta-voz de uma geração, ícone da história do rock brasileiro, o líder da banda Legião Urbana, ainda hoje, doze anos após sua morte, é um provocador não só para sua geração, mas para as que se sucederam.

"É uma grande homenagem a um artista brilhante que influenciou todo o país, não apenas por meio de sua obra – sua linda voz, suas belíssimas letras – mas, sobretudo, por sua postura ética e artística num país como o Brasil, tão cheio de dificuldades. Artistas da magnitude de Renato Russo são cada vez mais raros num mundo que privilegia celebridades instantâneas e assuntos superficiais", afirma Bruce Gomlevsky, que teve a idéia de levar a vida e obra do legionário aos palcos. Para o ator, a obra do líder da Legião Urbana está na memória dos que viveram aquela época e, ainda, "é capaz de atingir da mesma forma uma nova geração de jovens que sequer eram nascidos quando Renato tocava para numerosas platéias em todo o país".


O ESPETÁCULO

A concepção de "Renato Russo" deu-se a partir de uma minuciosa pesquisa realizada pelo ator e pela autora sobre letras, depoimentos e entrevistas, matérias jornalísticas, livros e imagens de shows de Renato com a Legião Urbana e em carreira solo, além de entrevistas com parentes e amigos do cantor. Em cena, Gomlevsky vivencia os acontecimentos mais importantes da trajetória do músico, privilegiando passagens marcantes e preservando o que, em vida, o próprio artista fez questão de preservar.

A narrativa utiliza, em sua maior parte, citações literais de Renato Russo. As demais passagens são fruto da liberdade poética da autora e do ator. Embora não se trate de uma biografia linear, a peça aborda desde sua adolescência em Brasília, até o estrelato. O roteiro inclui passagens que mostram a banda Aborto Elétrico, as dores e alegrias vividas com a Legião Urbana, a chegada do filho Giuliano, a declaração de sua homossexualidade e o desejo de recolhimento.

Show, projeções, banda ao vivo e 22 músicas estão no roteiro, entre clássicos da Legião Urbana e outras lançadas em discos solo do cantor. A banda Arte Profana acompanha Bruce Gomlevsky, que, no palco, dá voz a todas as canções.

FICHA TÉCNICA

Idealização, Interpretação e Pesquisa Bruce Gomlevsky

Dramaturgia e Pesquisa Daniela Pereira de Carvalho

Colaboração na Dramaturgia Mauro Mendonça Filho e Bruce Gomlevsky

Direção Geral Mauro Mendonça Filho

Direção Musical Marcelo Neves

Iluminação Wagner Pinto

Cenógrafo Bel Lobo e Bob Neri

Figurino Jeane Figueiredo

Direção de Produção Julia Carrera, Bruce Gomlevsky

Divulgação João Pontes e Stella Stephany – JSPontes Comunicação


LOCAL: Teatro João Caetano

Praça Tiradentes, s/n – Centro/RJ tels: 21 2299 2141 / 2299 2142

HORÁRIOS: 6ª e sábado, às 19h30; e domingo, às 18h30

DURAÇÃO: 120 min.

INGRESSOS: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia)

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 14 anos


Foto: Guga Melgar (divulgação)